quarta-feira, 7 de novembro de 2012

POR DAVIR CALISTO AS DUAS METADES.



Sou metade do que fui
E metade do que sou
Já vivi mais da metade
Que Cristo me reservou
Mesmo sem ter liberdade
Vivo em busca da metade
Que o tempo de mim levou

Uma metade já passou
Estou vivendo outra metade
O passado consumiu
A minha vitalidade
O presente me contesta
Essa metade que resta
Tirou minha mocidade

Metade é felicidade
Outra metade é tristeza
A metade que passou
Foi metade de beleza
Quem já passou dos cinqüenta
Essa metade que aumenta
É a metade da incerteza

Uma metade é firmeza
A outra é desigualdade
A metade da infância
É quem trás felicidade
Uma tem mais atitude
Metade da juventude
Foi quem mais deixou saudade

Metade da mocidade
Eu não soube aproveitar
Depois que eu fiquei adulto
A metade é divagar
Tem a metade primeira
E a metade derradeira
É pra homem reclamar

Metade de suportar
Da metade os desenganos
A metade dos meus sonhos
Já não estão nos meus planos
Vejo o tempo passar
Sem ter como mais sonhar
Só com a metade dos anos

Metade dos desenganos
E a metade do amor
A metade que eu galguei
Hoje não tem mais valor
Foi embora a mocidade
Estou vivendo a metade
Desse velho professor

A metade que restou
Vou dela tirar proveito
Zelar pelos meus amigos
Sem usar de preconceito
Essa vida é passageira
E a metade derradeira
O homem perde o conceito

Metade eu vivi no leito
Outra metade feliz
A metade que eu sonhei
Outra metade que eu fiz
Estou vivendo de saudade
Por não saber a metade
Que a minha metade quis

AUTOR: DAVI CALISTO NETO

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