sexta-feira, 16 de março de 2012

JESUS E A BELO MONTE

Se no tempo de Jesus o Brasil já existisse, e, se Jesus tivesse vindo não a Israel, mas ao Brasil para anunciar o Reino de Deus e, se o Governo decidisse construir Itaipu, Tucuruí e Belo Monte, sabendo o que Jesus ensinava, na sua opinião, qual seria a posição de Jesus?
Conseguiria ele deter a marcha inexorável do capital? Venceria ele ou venceriam eles? Jesus aceitaria o triste fato da destruição da floresta e da cultura local sem dizer nada? E, se ele falasse, seria aplaudido ou silenciado? Se ele enfrentasse os madeireiros e o Governo não acabaria crucificado na madeira que ele defendeu?
Quem o matasse ficaria preso por quanto tempo? Venceria o Reino de Deus ou os reinos da madeira, da usina e da energia que rendem bilhões? Mesmo sabendo que não o ouviriam ao pedir respeito pela floresta, pelo povo, pelos índios, pela cultura local, Jesus se calaria ou falaria? Fariam com ele o que fizeram com Irmã Dorothy, Padre Josimo, e com dezenas de outros que ousaram pedir menos fúria expansionista?
Jesus seria contra a construção, ou pediria garantias de que haveria respeito pela vida? Preservaria o verde por preservar, ou ensinaria maneiras de conviver?
Podemos imaginar, mas a verdade é que haveria campanha contra ele. Numa democracia capitalista pode-se criticar o Governo ou quem quer que seja, mas o deus Mercado, nunca! Quando ele quer uma coisa, ele faz. E faz do jeito dele!

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